quarta-feira, 3 de novembro de 2010

MATURIDADE


Quando eles se conheceram, ela tinha uma tinta esquisita nos cabelos e ele a achava um pouco grande demais para uma menina.
Mas mesmo assim desejaram se conhecer, pois existia muita curiosidade em descobrir o que o outro não dizia.
Quando eles se tornaram amigos, o jeito falante dela incomodava o silêncio dele.
Mas mesmo assim desejaram investigar a grande aventura que é a comunicação de um homem com uma mulher.
Quando eles passaram a namorar, foi difícil entender o romantismo dela e foi estranho dividi-lo com tantos amigos.
Mas mesmo assim eles desejaram dar uma oportunidade de compartilhar, de renunciar.
Quando eles se casaram, foi estranho para ele perceber que a casa tinha de estar como ela queria e foi surpresa para ela notar quantas coisas fora do lugar ele deixava.
Mas mesmo assim eles desejaram incluir o perdão na relação e ele foi muito usado.
Quando eles tiveram filhos foi elogiável a força que ela demonstrou para educa-los e foi engraçado o quanto ele tentava carrega-los nas brincadeiras.
Mesmo assim eles desejaram não confundir amor com dó e educaram com limites e disciplina.
Quando eles envelheceram, nunca tinha reparado como ela ficava mais linda com as rugas e o cabelo branco e ela nunca tinha percebido o quanto de vigor via nos olhos dele.
Mês mesmo assim eles desejaram continuar crescendo na vida, pois ainda eram crianças na arte de se fazer sábio e passaram a estudar os problemas e a se exercitar com os obstáculos para rejuvenescerem juntos.
Quando um deles morreu, ela não tinha dado conta do sorriso maroto que ficou nos lábios dele e ele ofereceu seu último suspiro para ela.
Mas mesmo assim, quando ele fechou os olhos, os dela é que se abriram e só aí ela entendeu que ninguém se casa por ter encontrado a pessoa certa... Mas por ter cruzado com uma pessoa que seguia pela mesma estrada certa que a sua. E ambos escolheram viajar juntos até que a morte os separasse...


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