segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A FÊNIX

Esta é uma releitura particular e não muito fiel da lenda da ave Fênix.
Cada um sonha a sua vida como pode.
Nem sempre a vivemos como a queremos.
Mas a levamos como é possível.
A ave Fênix fazia parte desta categoria. Mas nem sempre foi assim.
Houve uma vez, uma época em que ela era ingênua, acreditava em todas as pessoas e não via maldade em nada.
Já reparou como o mundo pode ser uma grande ilusão? Uma grande vitrine onde se vendem expectativas, ideais e fantasias? Um grande hipermercado com prateleiras de promessas repletas de produtos de mentira em embalagens camufladas.
A Fênix não tinha boa visão nesta época.
A nossa visão vai melhorando conforme nossa idade avança. Começamos a ver além do óbvio, além das aparências, além do apresentável.
Mas a Fênix não viu o sol. Por que só olhou para ele com os olhos físicos e não com a perspicácia da maturidade.
Em muitos momentos as coisas estão à nossa frente e não vemos.As pessoas certas que passamos a vida toda procurando estão ali e não as enxergamos, pois as esperamos com as fantasias de nossos ideais, mas elas aparecem vestidas com a realidade. Sem o brilho áureo e encantador do que avaliamos como o amor de nossa vida, mas com o vislumbre tranqüilo de quem nos aceita como somos. De quem nos ama como estamos e sem pressa...
E o sol queimou a Fênix. Quanto mais alto ela alçava vôo, mais se queimava. Quanto mais se debatia, mais o fogo a consumia. Até consumi-la por completo e a transformar em cinzas ao chão.
O pensador Charles A. Beard diz que “a hora mais escura da noite é justamente aquela que nos permite ver melhor as estrelas”. Quando nos queimamos no sofrimento, na decepção, na traição de quem elegemos como a pessoa da nossa vida e esta pessoa nos transforma em cinzas... Aí então começa nossa verdadeira visão. Pois é desta cinza que a Fênix renasce como ave mais forte, mais completa...Mais viva.
Esta categoria de pessoas vive misturada a tantas outras, nas ruas, nos parques, empregos...Trabalham, vivem como todos.
Gostaria de conhecer uma Fênix?
Uma pessoa que renasce das cinzas da dor?
Há uma frase do filósofo alemão Nietzsche que diz que “quanto mais alto voamos, menores parecemos aos olhos daqueles que não sabem voar”.
Uma Fênix se mostra comum, sem glamour ou projeção social, simples na fala, humilde na vestimenta, porque não precisa provar mais nada. Já morreu para o que o mundo valoriza: status, dinheiro e competição.
Mas renasceu para o que importa: lealdade, fidelidade e amor.
Gostaria mesmo de conhecer uma Fênix?
Olhe com muita atenção ao seu redor: ela não é vista, é sentida. Pois quando você sentir o impacto emocional que ela provoca, quando sentir a paz por ficar perto dela, a vontade de vê-la mais e tê-la em sua vida... Então você achou a sua Fênix. Não a deixe solta para que voe longe, convide-a a habitar o seu coração.

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